One Day in Moria

AVISO: esse post contêm muitas referências ao Senhor dos Anéis.

Explorar cavernas…

Google sobre isso: você quis dizer

“- If anyone were to ask my opinion, which I note they have not, I would say we’re taking the long way around! Gandalf, we could go through the Mines of Moria. My cousin Balin would give us a royal welcome!
– No, Gimli, I would not take the road through Moria unless I had no other choice.”

“Moria. You fear to go into those mines. The dwarves delved too greedily and too deep. You know what they awoke in the darkness of Khazad-Dum. Shadow and flame.”

“We will go through the mines!”

“So be it.”

O spelunking, também conhecido como Caving, ou para quem ainda não pegou o espírito da coisa, é o esporte (radical) em que você entra em uma caverna, escura, escorregadia, enlameada, com água, estalactites, estalagmites, formações estranhas de pedras, espaços minúsculos para se passar e MUITAS ARANHAS na entrada. Aí você entra na caverna, explora ela, algumas se dá para nadar (água congelando), e volta para casa toda roxa e com músculos que nem sabia que existiam, doendo.
Guess what? I’m not a dwarve!

Então queridos leitores, isso é o que eu faço todas as quartas-feiras de 20:00 às 22:00. Na realidade, as quartas agente pratica o que precisamos para usar nas cavernas de verdade. Algumas das cavernas precisam de cordas para serem exploradas, então aprendemos técnicas de ascensão e descida com cordas, tipo rapel.

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Primeira aula. Tão inocentes…

Até então tudo era lindo! Agente descia e subia pelas cordinhas no ginásio, alegres da vida, nos achando o homem-aranha e só machucando eventualmente um pouquinho o joelho.

Aí que entra o problema: as cavernas de verdade. No tal clube de spelunking, eles organizam visitas a cavernas uma vez por mês. Nós, brasileiros super empolgados e corajosos nos questionamos, por que não?

Resolvemos ir com a nossa teacher na tal caverna que ela gostava tanto, para iniciantes, nem precisaríamos de cordas… O que imaginei? Ahhh, vai ser igual visita técnica né? Agente entra na tal caverna, anda retinho, deve ter algumas pedras pra pular e tal…

Pré-requisitos: roupas velhas, luva, pilhas para a luz do capacete de segurança, tênis velho (o meu agora tá ne…), lanchinho para antes e depois, roupa seca para depois e o seu entusiasmo!

Topei! #ohgodwhy?

Durante a semana só conseguia pensar em uma coisa: aranhas! Sabe aquele filme, acho que ‘Malditas Aranhas’, em que a cidade é atacada por aranhas e no final eles descobrem que as aranhas estavam na verdade em uma mina, ai eles explodem ela?
Então, eu tenho aracnofobia e uma mente muito criativa…
Logo me imaginei dentro da caverna, gritando, com aranhas pulando sobre mim… Enfim…

Quase desisti. Mas Geruza é brasileira e não desiste nunca! Hahahaha

Acordei, -1 grau e o chão tava cheio de gelo, isso já não ajudou a animar! Primeira coisa que eu pergunto no caminho para a caverna para o coleguinha experiente: So, are there spiders in the cave? Because i’m kind of aracnophobia…
E ele responde: I’m not gonna lie to you… They only stay in the entrance… But it is a big cave, you have space…

Oh god why? Acho que foi o que eu mais falei hoje! Hahahahaha.

Então uma pequena viagem de 1:30 de carro e voilá! Lanchinho, roupinha velha, capacete e entrada da caverna.

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Eu não sabendo o perigo iminente.

As entradas da caverna ficam trancadas para que nenhuma pessoa não autorizada e inesperiente entre. Um dos princípios de segurança é montar uma fila de que tem que ser mantida a ordem até o final, você também tem que cuidar de quem está atrás de você e blá, blá, blá…

Vamos ao que interessa né? Começamos a entrar na caverna, o que Geruza vê? O amiguinho aracnídeo, de tamanho avantajado. Que Geruza faz? Grita! Hahahaha.

Mas apesar do medo, continuei meu caminho, só voltaria a me preocupar com as aranhas no final!

E então eu vejo a realidade, não é nada de visita técnica! É um pedaço do inferno, pronto pra tirar a sua vida a qualquer passo em falso! #dramaqueen

Mas sério, é escorregadio, tem muita lama, você tem a ficar pisando com cuidado nas pedras, tem que ficar descendo, subindo, se pindurando, se arrastando no chão, indo de costas ou de joelho em túneis minúsculos (joelheiras são necessárias!) esticando a perna o máximo que conseguir, ficar se espremendo, agachando…

É a maneira mais fácil de se descobrir se você tem claustrofobia, apesar de que descobrir já lá dentro não seja uma boa idéia…

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Olha que coisa bonita! O que mais fiz hoje!

Com 15 minutos de caminho adivinha quem cai? Eu né, claro! Prevejo mais roxos amanhã. E como se não bastasse meu joelho começou a sangrar! Consegui ver o sangue pela calça preta! A colega se solidarizou e me emprestou a joelheira dela! #goodgirlsgotoheaven

Teve um momento que eu achei que não conseguiria. Eu meio que iniciei uma crise, meus olhos se encheram de lágrimas, e o túnel não acabava nunca. Eu me arrastando pelo chão, com os joelhos pulsando de dor, a roupa encharcada de lama e água (ainda bem que não é muito frio dentro da caverna). Foi então que chegamos a um lugar sensacional que é onde me lembrou The Lord Of The Rings.

Foi como se “Ennin Durin aran Moria. Pedo mellon a minno”. Ando so I said: Mellon. Totalmente igual quando eles entram em Moria. Já tava ouvindo o tambor dos orcs tocando e não via hora de correr para fugir do Balrog.

Então paramos, sentamos, apagamos as luzes dos capacetes e ficamos no escuro total, só ouvindo o barulho da água pingando. Foi então que ouvi: “Gollum, gollum! My precious…”
Não é que Sméagol estava entre nós também? Hahahaha.
Mas dessa vez nada de roubar o anel do coitado… Anel em cavernas só é permitido para quem quer ter classe como Brunete! ;D

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Minha cara quando tinha que passar em um lugar difícil! Hahaha.

Eu já morta e a teacher fala: Estamos na metade… Só mais 45 minutos.
#pokerface

Aí agente foi subindo, subindo, subindo. Então descubro que minha calça rasgou! Nada a fazer, sorte que a blusa era grande! Hahahaha. #temcoisasquenãoseposta

Meu músculos começaram a falhar e eu sabia que as aranhas estavam por perto… O Klayton, muy amigo, só falava: “Foca na saída Geruza, não olha para os lados!” E eu tipo, sentada na pedra descansando com um ninho de aranhas monstruosas logo acima de mim! #ignoranceisbliss

Sair da caverna foi uma das melhores sensações, apesar de estarmos, usando as palavras da Laís, ‘empanados de lama!’ O sol resolveu aparecer e a caminhada até o carro foi como uma conquista!

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Sujos e felizes (?)

Trocamos nossas roupas molhadas e sujas por novas limpas, secas e quentinhas, e fizemos mais um lanchinho!

Time to go home!
Como comemorar? Belgian Fries!

Lá e de volta outra vez? (Let me think about it…)

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2 respostas para One Day in Moria

  1. Odilon Bressan Júnior disse:

    MINHA FILHOTA ESTÁ ENFRENTANDO SEUS MEDOS,MUITO BEM LINDA BEIJOSSSSSSSS.

  2. Klayton disse:

    Morri de rir hahahaha
    Parabéns Gê, você foi campeã lá!
    “Não, eu não passo por aqui”
    “Não, eu tenho medo”
    “Não, eu não vou conseguir”
    Você superou tudo e conseguiu! 😉

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